O PODER DA ESCOLHA

É com alguma dificuldade que se aceitam avaliações. Dos poucos sítios aonde as avaliações não são postas em causa é no ensino. Os alunos sabem que têm de ser avaliados para prosseguirem o longo caminho de estudo. Para muitas profissões a avaliação não é sistemática mas estão constantemente sob escrutínio da qualidade.
No cristianismo da actualidade a qualidade é uma miragem que até dá dó ouvir os argumentos.
A questão da avaliação é algo que os religiosos entendem de diferentes maneiras, mas caem quase sempre na contabilidade. Para a maioria o número de pessoas que assistem às reuniões é o referencial. Para outros o número de actividades é o que interessa.
Uma primeira questão se coloca, é saber se é bíblico a avaliação.
Vejamos uma caso, que está na Bíblia e que vai servir para responder a está questão.
Certo dia, João Baptista enviou dois dos seus discípulos ter com Jesus com a seguinte pergunta:
És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?” (Lucas 7:20)
Jesus não lhes deu uma descompustura por o estarem a por causa. Jesus não lhes respondeu com uma crítica a dizer da falta de fé em acreditarem nele. Também não lhes respondeu com palavras, como por exemplo, sim sou eu. A resposta não foram palavras mas acção e por fim é que lhes disse:
“Ide, e anunciai a João o que tendes visto e ouvido: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e aos pobre sé anunciados o evangelho.” (Lucas 7:22)

Daqui podem-se tirar duas conclusões.
·         A primeira é que é legitimo avaliar uma igreja, pois até o Mestre aceitou a interpelação de João Baptista e deu provas da veracidade e da qualidade do seu ministério.
·         A segunda é que Jesus deixou um referencial de comparação e o referencial não foram quantidades nem números.

O ministério de Jesus de interligação com as pessoas foi definido pelo próprio no inicio do seu ministério e está descrito no evangelho de Lucas capítulo 4 versículos 17, 19 e 20.
O programa do ministério de Jesus era o seguinte: 
·         Evangelizar os pobres;
·         Curar os quebrantados do coração;
·        Pregar liberdade aos cativos;
·         Restauração da vista aos cegos;
·         Pôr em liberdade os oprimidos;
·         Anunciar o ano aceitável do SENHOR.

Quando foi interpelado pelos discípulos de João Baptista a Bíblia diz-nos no evangelho de Lucas 7:21,22 o seguinte:
E, na mesma hora, curou... “(Lucas 7:21). O ministério de Jesus foi essencialmente um ministério de acção.

Vejamos então o que Jesus fazia:
-Curava muitos de enfermidades (Lucas 7:21),
-Curava muitos de males (Lucas 7:21),
-Curava muitos dos espíritos malignos (Lucas 7:21),
-Deu vista a muitos cegos (Lucas 7:21),
-Os coxos andavam (Lucas 7:22),
-Os leprosos eram purificados (Lucas 7:22),
-Os surdos ouviam (Lucas 7:22),
-Os mortos ressuscitavam (Lucas 7:22),
-Aos pobres anunciava-se o evangelho (Lucas 7:22).

Se compararmos o programa de Jesus com a sua prática depressa nos deslumbramos com o poder do seu ministério. Se este fosse o padrão para a avaliação do ministério de Jesus certamente a excelência seria a única nota possível, sendo a coerência o aspecto dominante.

No livro de “Actos dos Apóstolos” no capítulo 1, versículo 1, o autor marca os parâmetros da vida dos crentes, e com especial atenção dos ensinadores.
Diz assim At 1:1
“Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo quanto Jesus começou a fazer e ensinar”  
Os parâmetros são os seguintes:

1º - Fazer, mostrar a prática;
2ª  - Ensinar o que se vive.

O cristianismo é essencialmente uma vida prática. O ensino cristão não se deve basear na experiência dos outros. É certo que vivemos rodeados de muitos testemunhos, mas o principal testemunho deve ser do próprio. O parâmetro de que a prática precede o testemunho é de importância vital para o crente, é a diferença entre o poder da vida e o vazio de quem não sabe do que está a falar.  
A cultura dos livros só é válida se for confirmada com a prática. Assim fez Jesus, assim devemos fazer todos nós. A fé é um assunto prático, a teoria é apenas para a afinação.

A igreja e os cristãos deveriam ser os continuadores da obra de Jesus. No final do Evangelho de Mateus, Jesus define a missão dos crentes (Mateus 28:19 e 20). Esta ordenança é completada no final do Evangelho de Marcos (Marcos 16:15 a 20).
Se compararmos as instruções de Jesus para os seus seguidores, com o que Jesus se propôs a fazer verificamos que são semelhantes. Também verificamos que os crentes não serão abandonados à sua sorte, pois promete que estará com eles até ao fim dos tempos. O Espírito de Deus acompanhará os crentes na sua vida e os ajudará em tudo.

A obra de Jesus é conhecida, no entanto no Evangelho de João, Jesus faz uma afirmação no mínimo surpreendente:
“Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.” (João 14:12)

Jesus aceitou que o seu ministério fosse avaliado e deixou ordenanças para que os seus seguidores continuassem a sua obra e definiu os parâmetros. Através disto podemos avaliar a nossa posição como crentes seguidores de Jesus.
A questão é esta:
Jesus curava quem estava doente, dava vista aos cegos, os coxos andavam, os surdos passavam a ouvir, libertava dos espíritos maus e pregava o reino de Deus. Esta também devia ser a missão dos crentes e da igreja.

Como sairiam as igrejas e os cristãos numa avaliação nos parâmetros de Jesus ?

O que faz Jesus com os doentes ? Cura-os
O que fazem as igrejas e os cristãos ? Manda-os para os hospitais.

O que faz Jesus com os cegos ? Dá-lhes vista.
O que fazem as igrejas e os cristãos ? Se cegos são, cegos hão-de continuar.

O que faz Jesus com os coxos ? Põe-nos a andar como deve ser.
O que fazem as igrejas e os cristãos ? Quando oferecem muletas e cadeiras de rodas já é uma sorte. Entram deficientes e saem na mesma.

Nas igrejas e com os cristãos os surdos continuam surdos e os demónios exibem-se à vontade. 

A pregação do evangelho é inócua e não produz salvação.

As igrejas preocupam-se em fazer programas e actividades para manter entretidos os membros, tudo para esconder a fraqueza de que o poder de Deus não se manifesta.
Os relatórios anuais são discriminações de festas, de acampamentos, de reuniões, de piqueniques, passeios, lanches, almoços e de coisas interessantes para quem gosta dos louros do muito trabalho e mostrar a hiper actividade e as capacidades do Homem.
As igrejas trabalham muito e pouco produzem para o Reino de Deus.

Os cultos de Domingo são desprezados. Os toques de telemóveis e dos sms são uma constante. As crianças ficam entretidas com qualquer coisa. As pregações são normalmente uma chatice. Os pregadores falam de coisas que não conhecem.
Quando um frequentador diz que é abençoado é apenas uma forma de exprimir sensações e sentimentos.
As orações são uma lista de clichés sem fé que servem apenas para o emocional.
Os cultos de Domingo são o expoente da religiosidade em que as pessoas entram vazias e saem cheias de ar, mas quem não vai é marcado.

Desiludam-se aqueles que julgam que o cristão é ou deve ser uma pessoa com super poderes para alterar o curso da natureza e muitas mais coisas.
Não, o cristão não tem poderes, nem existem métodos para os adquirir.
O cristão é apenas uma pessoa de fé, que aceitou a maravilhosa comunhão com Deus, através de Jesus Cristo, libertando-se do jugo do mundo dominado pelo príncipe das trevas e tornou-se companheiro do Espírito Santo.

O Espírito Santo, o companheiro de viagem do cristão, é o camarada do cristão que se manifesta em poder, cooperando com o crente para lhe confirmar a pregação. É Deus que se manifesta em poder para confirmar a palavra dos salvos.

Diante da não manifestação de Deus nas suas comunidades, os muitos ditos cristãos tomam algumas atitudes.
Para que não se note a ausência de Deus, não há nada como muitas actividades.
Outros olham para o lado e fingem que Deus está de férias e que há-de voltar.
Outros  para não perderem status dizem que o que está na Bíblia era só para o tempo em que foi escrito.
Alguns audazes inventam e fabricam  milagres para irem enganando o povo.
O mais comum são as histórias mirabolantes, para entusiasmar quem assiste, e que têm o descaramento de chamar de testemunhos.

Onde há fé há a manifestação de Deus e do seu poder. Nas igrejas não há manifestações do Espírito de Deus, porque não há fé e se não há fé Jesus não está, porque Jesus já não está na cruz e Jesus de hoje é o mesmo de ontem e será o mesmo eternamente.
Tal como se manifestou quando veio à Terra na forma de homem, Jesus está tão activo hoje como no passado e onde estiverem dois ou três cristãos Ele lá estará.
As igrejas e as comunidades cristãs podem estar cheias de pessoas, mas estão vazias do poder de Deus, pois Jesus não está lá.
Se não há fé, não há Jesus,   
Se não há Jesus, não há o Espírito Santo,
Se não há o Espírito Santo, não há os dons,
Se não há os dons, não há as manifestações de Deus.
Deus não se manifesta apenas em grande estilo, a Sua manifestação na intimidade é bem mais poderosa do que mover montanhas.

A fé e a comunhão de Deus é algo que se tem de trabalhar, como se trabalham outras amizades, este é o segredo para uma vida cheia de abundância da presença de Deus.

A verdadeira amizade é sem interesses, assim devemos tratar o relacionamento com Deus.
Não fiquem desiludidos todos aqueles que nunca sentiram a Sua presença, não busquem o poder de Deus, mas sim o Deus do poder e tudo o resto vem por acréscimo.

A energia do cristão é a oração, é o comunicar com Deus.
A sua segurança é saber que já está está salvo.
A sua fé é a protecção contra as artimanhas do maligno.
A Bíblia, a Palavra de Deus é a arma espiritual para quebrar os grilhões.
O gozo do cristão é a companhia de Deus.
O seu desejo é libertar os oprimidos e salvá-los das garras satânicas, por isso prega o evangelho.
A imagem de marca do cristão é o amor com que lida com os outros cristãos

Vivemos estrangeiros numa terra estranha, Deus não promete aos seus filhos uma vida fácil, nas torna-nos seus embaixadores e representantes oficiais do Seu Reino. Assim sendo somos portadores da mensagem e da imagem do Reino de Deus, para todos deste mundo. Sem os cristãos não há conhecimento do Reino, pois é a eles que o Criador e Senhor de tudo encarregou esta missão.

Mas quem pode ser portador de tal honra ?
Apenas os eleitos.
E quem são os eleitos ?
Qualquer um que de livre vontade reconheça que está separado de Deus, se arrependa dessa situação e aceite a Jesus como Senhor e e Salvador e a Sua obra reconciliadora na cruz. Não é preciso nenhum curso, nenhum processo iniciático. Não é preciso ficares bonzinho, isso vem com a comunhão.
Está disposto a vires para o Reino ?
Basta dizer sim, eu quero a Jesus e usufruirás do poder do amor e serás transmissor desse amor.
A avaliação final dos cristãos está na sua escolha e no seu coração !

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Alexandre Reis
Para algum esclarecimento contactar através do e-mail: blog.terradosreis@gmail.com

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