SOB ATAQUE – A IGREJA

Tudo o que exige mudança é doloroso. A adolescência é um período complicado pois é a altura da vida em que a mudança faz parte do crescimento.
Para uns mudar de emprego é doloroso, para outros, é mudar de casa. Cada um tem a sua quota parte de dificuldade em algum tipo de mudança.
Ninguém nasce cristão.
Ser cristão implica mudança e mudar é doloroso, por isso o planeta está cheio de gente que se diz cristã, mas que não quer alterar nada na sua vida. A diferença entre as mudanças da adolescência e a as outras, é que o adolescentes não tem escolha. A mudança faz parte do crescimento, mas o objectivo de todos é atingir a maioridade. Cristão que não quer passar pela dor da mudança da velha natureza para a natureza de Cristo, nunca crescerá nem atingirá a maturidade.
Estes milhões de pessoas enchem salas e edifícios e auto intitulam-se de “Igreja”, mas não passam de cristãos por impulso.
A Igreja está cheia de simpatizantes e não de comprometidos. O simpatizante até fica triste quando houve dizer mal, fica angustiado quando sabe que em algum lugar cristãos foram maltratados, mas rapidamente volta à normalidade da sua vidinha e preocupado com as suas necessidades.
O seu modo de vida não é muito diferente do das outras pessoas. As preocupações e as angústias desta gente não difere daqueles que os rodeiam. Estão embrenhados nos seus interesses e isolados em si mesmos que se tornam ilhas humanas, tais como os seus vizinhos não crentes.
Dizem-se cristãos, mas vivem angustiados como os não cristãos. A fé foi transformada numa questão de emoções e de interesses.
Em todas as épocas a firmeza das convicções sempre chocou com o interesse das emoções, nada de novo esta geração acrescenta à existência.
Esta geração de cristãos por impulso, tornam-se cristãos por cultura e institucionalizam a fé. As comunidades deixam de precisar de Cristo e afastam o Espírito de Deus. Os dons espirituais desaparecem, os milagres deixam de acontecer e à música passaram a chamar de louvor. As comunidades tornam-se prestadoras de serviço e cada um vai àquela que mexe mais consigo, onde cada reunião ou actividade é um espectáculo.
Compromisso de continuidade não faz parte da vida, pois o que hoje está a dar não é o mesmo de amanhã e se hoje é aqui amanhã pode ser noutro sítio qualquer.
As lideranças não dão o exemplo, muitas estão a agarradas de tal maneira ao poder, que em vez de líderes são profissionais e burocratas da religião.
A Igreja está sob ataque, não é novidade.
Cristãos não comprometidos sempre os houve, no livro de Actos conhecemos Ananias e Safira.
Líderes oportunistas e maldizentes a Bíblia mostra-nos o mau exemplo de um tal Diótrefes.
Comunidades a pactuarem com o mal, com falsos apóstolos e falsos profetas encontramos nas cartas às sete igrejas.
Cada crente individual deverá ser um templo sagrado e a seu tempo terá de prestar contas.
As comunidades cristãs deverão ser a expressão colectiva do templo de Deus e também a seu tempo cada membro individualmente terá de prestar contas e Deus não toma o culpado por inocente.
A Igreja está sob ataque, é natural, pois o seu papel é levar libertação aos oprimidos, restaurar os magoados, pregar aos cativos e a anunciar a boa nova e a paz com Deus.
As potestades da maldade sempre foram ardilosas a enganar aqueles que se dizem cristãos, levando as comunidades a tornarem-se sincréticas com as doutrinas do mundo.
Ao longo dos tempos viu-se que atacar a Igreja do exterior é completamente inútil, pois quanto mais feroz é o ataque mais forte se tornam os crentes e a sua fé vai crescendo e o testemunho vivo vai enfraquecendo o inimigo.
O plano é esvaziar as comunidades do seu propósito, encher a cabeça dos membros com filosofias simpáticas, mas mundanas, levar os membros a serem hiperactivos em projectos inúteis, sem conteúdo e cansativos, convencer de que a comunidade não pode entrar em choque com o que a rodeia e assim não podem libertar os oprimidos.
A Igreja é um local de interajuda e de interdependência, é o local do colectivo por excelência, é o lugar onde a união faz a força, onde a unidade da fé é a força do crente, onde todos olham para a frente e remam na mesma direcção. A Igreja não deve ser constituída por grupos individuais, onde cada um puxa por si e a tendência é cada um puxar para seu lado e achar que é mais importante que os outros.
A Igreja continua sob ataque, mas o seu principal inimigo chegam a ser os seus próprios membros, pois tornaram-se fracos e olham mais para si mesmos, para o seu umbigo, para as suas obras inúteis, para os seus talentos esquecendo-se que o seu papel é mostrar a glória de Deus e não a dos homens.
A fama, a glória, o espelho e a auto-satisfação são as armas que estão a ser utilizadas para enganar e afastar as pessoas e as comunidades de Deus.
Muitas comunidades cristãs fazem pactos simpáticos e dentro da legalidade com instituições e governos mundanos, partilhando assim o sincretismo das filosofias politico-sociais da actualidade, quase todas elas anti-cristãs. O querer agradar aos homens está a afastar as comunidades de Deus.
À medida que o mundanismo vai entrando nas comunidades, Cristo vai sendo relegado para segundo plano e em muitas é apenas uma miragem histórica.
A fé deixa de ser em Jesus Cristo, mas no estado protector, iluminista, humanista e evolucionista.
Para receberem as migalhas dos subsídios e a segurança do estado, hipoteca-se a fé, mas recebe-se o reconhecimento oficial.
Ser cristão implica mudança e mudar é doloroso e muitos não querem largar a velha natureza, pois o estado protector acaricia e enaltece os valores da velha natureza carnal. As comunidades tornaram-se esquizofrénicas pois querem viver com as duas naturezas, perdendo assim a noção da realidade espiritual.
Os tempos tal como conhecemos estão a atingir o seu limite, mas a glória de Deus é eterna.
A Igreja sob ataque tem sido uma constante desde o seu aparecimento, mas a Rocha sobre a qual foi alicerçada, Jesus Cristo, é garantia de segurança e a sua eternidade é garantida.
Podem descredibilizar os membros, podem encher as comunidades de falsas doutrinas, podem falsos cristãos entrarem nas comunidades, mas nada nos pode afastar do amor de Deus, nada nos pode impedir de ouvir o chamamento do Espírito e nada nos pode roubar a salvação de Jesus Cristo.
Ser cristão é uma opção, é viver a mudança a olhar para a frente, é dizer como João Baptista: “convém que Cristo cresça e eu diminua”.
A Igreja pode estar sob ataque, mas é eterna na medida em que a eternidade faz parte da natureza de Deus e nada pode destruir o Eterno, façam o que fizerem e digam as mentiras que quiserem.
A Igreja parece que está sob ataque, mas as forças espirituais sabem que não passam de falsas informações das hostes da maldade, pois já foram vencidas na cruz por Jesus Cristo e todas estas estratégias são como palha numa fogueira.
Nada poderá destruir a pureza da Igreja criada no coração de Deus, que vive através da obra do Espírito Santo e iniciada por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Alexandre Reis
Para algum esclarecimento contactar através do e-mail: blog.terradosreis@gmail.com

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