O AMIGO IMAGINÁRIO

Os psicólogos, os pedagogos e aqueles que lidam com crianças sabem que muitas têm o que se designa tecnicamente como o amigo invisível ou amigo imaginário. Este “amigo”, apenas está no imaginário da criança. Fala com ele, pede e dá conselhos, é participante nas brincadeiras e por vezes até se transporta para as actividades reais. Esta figura não é mais que uma projecção do desejo da criança em compor o seu mundo. Não é nada de anormal esta realidade infantil, mas desaparece com o crescimento, caso contrário tornar-se-ia preocupante a nível psicológico.

A maneira como muitos cristãos adultos lidam com a figura de Jesus Cristo, parece tristemente um amigo imaginário. Falam dele, falam com ele, pedem conselhos e até o transportam para a vida real.
Este, o Jesus Imaginário, rege-se pelos interesses individuais, pelas fraquezas que se querem expurgar, pelo interesse da aceitação social, pelas necessidades ou excessos materiais, pelas dificuldades físicas ou excesso de habilidades, pela cultura, pela política. Este Jesus Imaginário é um camaleão, sem personalidade, sem convicções, sem compromissos e sem autoridade.
Este Jesus Imaginário é uma aberração, pois não passa disso mesmo, de uma figura imaginária, que transforma os seus autores em cristãos imaginários. Este Jesus Imaginário não é mais que a projecção idólatra numa imagem de cariz religiosa.

Os cristãos imaginários não têm a noção real do cristianismo e muito menos da figura de Jesus Cristo. Não se dão ao trabalho de um estudo sistemático sobre a personalidade e pensamento de Jesus Cristo. O pouco que sabem é superficial e baseado em emoções, deturpadas por uma literatura de cordel que mais parece infanto-juvenil. Descrevem Jesus Cristo como os argumentistas das séries de televisão desenvolvem as personagens, ou seja, vão variando o estilo conforme as audiências e os tipos de público.

O Jesus Imaginário é permissível, colaborador com o pecado, de personalidade variável. As suas convicções variam conforme os interesses e a sua autoridade é baseada nas convenientes amarguras ou alegrias do seu autor.
As descrições e vida do Jesus Imaginário, faz lembrar os jornais sensacionalistas que inventam notícias, umas vezes boas, outras denegrindo a imagem das personagens, com o simples objectivo de ser lidos.

O Jesus Imaginário transforma o verdadeiro num mentiroso, pouco confiável e é alguém que não se preocupa com os outros. O Jesus Imaginário é muito new age, com as tendências pós-modernistas, de que pode ser tudo para todos.
Os cristãos imaginários vivem na falsa ilusão de que o Cristianismo é uma filosofia e não um estilo de vida. Os adeptos do Jesus Imaginário proclamam um drama sentimental, com um salvador vazio de conteúdo e são ultrapassados pela realidade das falsas promessas não cumpridas.

Este Jesus Imaginário até é invisível, mas os seus crentes não são e espalham o terror de um oportunismo estéril, tal como muitos políticos nas campanhas eleitorais. As promessas não cumpridas magoam milhões de pessoas, afastando-as para os tentáculos da iniquidade, onde irão apodrecer na eternidade de terror e depressão.

O cristianismo imaginário parece atraente. No principio é emocionalmente agradável mas termina numa dependência atroz, auto-destruidora e degradante para a vida, esvaziando-a de toda a dignidade que merece, pois foi criada por um Deus que exalta a própria vida. O expoente máximo da exaltação da vida por Deus, foi que deu o seu filho amado para que todos que quiserem, tenham vida e vida em abundância.

A ressurreição de Jesus é uma das pedras de tropeço, pois estando vivo não se pode manipular nem alterar os pensamentos e as convicções reais. O Jesus Imaginário é a projecção da imagem religiosa do ser humano, que continua teimosamente na estéril falsa independência de Deus. Os cristãos imaginários não sabem que sem Jesus Cristo real, a sua vida é vazia de conteúdo e que pouca mais é que o pó.

Todos têm a oportunidade de conhecer a Jesus Cristo.
Sem Ele cada um de nós nada é.
Jesus além de ser o único caminho, além de ser o verdadeiro, além de ser a vida, Ele é real.
Jesus tem vida, tem personalidade, tem motivações, tem compromissos, tem planos e é ao mesmo tempo passado, presente e futuro, Ele é a eternidade de paz e esperança.
Sendo real não pode ser manipulado, mas também não manipula.
A sua autoridade é inquestionável, não varia nem se adapta aos sentimentalismos emocionais.

Sem a Jesus Cristo real, o cristianismo é vazio, sem alma e sem possibilidade de alcançar a paz com Deus.
Alexandre Reis
Para algum esclarecimento contactar através do e-mail: blog.terradosreis@gmail.com

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