QUO VADIS ?

"Quo vadis?" é uma expressão do latim que significa literalmente, “para onde vais?”. Actualmente é utilizada quando qualquer coisa que se pense que tem valor se está a desviar do padrão.
É normal acharmos que só o que nos rodeia ou o ambiente em que vivemos ou a nossa época é que está péssima.
“Só mesmo no meu país é que estas coisas acontecem!” ou “Estamos mesmo numa época difícil!”. São expressões que normalmente se utilizam quando alguém está desesperado com que está a acontecer.
Quo vadis cristianismo?
É um desabafo pessoal com o que se está a passar nas comunidades cristãs. Todos sabemos que em todas as épocas, sem excepção, muitas comunidades foram permeáveis ao mundo e algumas até integraram nas suas liturgias, rituais influenciados pelas hostes espirituais da maldade.
A actualidade não é diferente do passado.
Se numa comunidade cristã, alguém dissesse que tinha ido a uma sessão de comunicação com os mortos, para saber que o ente querido que tinha falecido estava bem e que no fim se tinha sentido mais calmo, certamente que os outros membros dessa comunidade iriam começar a orar por essa pessoa e alguém iria tentar explicar os motivos da preocupação.
Alguém iria explicar que a Bíblia ensina que não se deve consultar espíritos demoníacos e certamente mostraria Deuteronómio 18: 10 e 11 e explicaria que este assunto é demasiado importante e deveria ser levado muito a sério. Leriam também Lucas 16: 20 a 31, para compreender a inutilidade e a impossibilidade da comunicação com os mortos.
Certamente que com os crentes cristãos, as hostes espirituais da maldade não actuam de forma tão directa. Têm de ser mais subtis e utilizam outras tácticas para desviar a atenção e levar os desprevenidos a ofender a Deus.
As hostes da maldade conseguem convencer que é correcto comunicar com os mortos desde que seja por intermédio do próprio Deus.
O que as hostes não explicam é que não se comunica com os mortos, isso é uma impossibilidade criada por Deus. O que acontece é que são utilizadas identidades falsas, sob a capa de pessoas conhecidas. Os espíritos movimentam-se neste mundo e conhecem as vidas de quem cá vive. Para eles é fácil imitar quem já cá não está. Não existem almas penadas nem desenraizadas, existem sim espíritos malignos com memória e conhecimento suficiente de cada cidadão, para imitar quem quer que seja.
É a técnica do roubo de identidade, de se fazer passar por outro. Utilizando uma linguagem ligada à informática pode-se dizer que é o phishing espiritual.
Satanás é perito em disfarçar-se em anjo luz (IICo 11:14) e levar os incautos a acreditar que é o próprio Deus que está a servir de mediador entre os vivos e os mortos, consolando assim as mágoas da separação e resolvendo no céu os assuntos pendentes.
Esta táctica está na moda em alguns círculos cristãos. Contactam com os mortos via “Deus”. Assim, com uma falsa identidade, as hostes espirituais da maldade, apanham os desprevenidos e convencem-nos que podem passar algum tempo na presença directa e com contacto visual com “Deus” e que “Deus” os consolará das suas dores e fará a mediação com os entes queridos já falecidos. Nestes encontros com Deus, terão sessões de perdão e consolo. Também terão sessões de reconciliação com os entes queridos que já morreram mais idosos.
Esta forma encapotada de mediunidade está a colher os seus frutos. Há quem já diga que é a resposta cristã ao pós-modernismo. Há quem diga que é a terapia de Deus para consolar as pessoas. Há quem diga que é a revelação de uma nova face de Deus.
Tudo isto não passa de técnicas que mexem com os sentimentos. Aproveitam-se de pessoas em situações de debilidade emocional, devido à morte de alguém chegado, arrastando também pessoas boas e de bom coração. Estas doutrinas não fazem mais que utilizar as técnicas de Balaão para lançar tropeço aos cristãos.
O lobo veste a pele de cordeiro, Satanás transforma-se em anjo luz. O objectivo é claro, desacreditar entre os crentes o papel do Espírito Santo. Ao criar uma ilusão de contacto com Deus, fazendo-se passar pelo próprio Deus, Satanás anula a obra do Espírito Santo. É a tentativa de desacreditar a Trindade, levando os crentes a repensar o papel do Consolador esvaziamento a sua obra.
Só o Espírito de Deus pode trazer consolo em situações de perda e/ou afastamento.
Só o Espírito Santo pode convencer do pecado.
Só o Espírito Santo pode convencer da vitória sobre as forças espirituais da maldade.
Através do Espírito Santo, não nos sentiremos órfãos sem a presença física de Jesus.
A graça de Deus é suficiente para ânimo, consolo e auto-estima.
Não são necessários mediadores nem intermediários para se usufruir de um relacionamento com Deus.
Não são necessários gurus “cristãos”, nem sessões de animação para levantar o ânimo.
Se a graça de Deus não basta é porque ainda não se conhece verdadeiramente.
A salvação inclui a fé, a fé inclui a certeza, a certeza inclui a graça, a graça inclui a paz, a paz inclui a comunhão com Deus, a comunhão produz conhecimento.
Sem o conhecimento de Deus que vem pela comunhão, fruto da obra de Nosso Senhor Jesus Cristo, qualquer um pode ser apanhado na teia do desespero existencial, do sentimento de abandono, abrindo assim um campo fértil para as ciladas do falso anjo luz.
Tal como o phishing informático pode trazer aos desprevenidos perdas substanciais, o phishing espiritual pode trazer aos desprevenidos a perda da eternidade cheia de vida e vida abundante com Jesus Cristo.
A técnica da falsa identidade será a perdição dos desprevenidos e daqueles que não buscam a sabedoria. Será também a destruição final daqueles que não têm a Jesus Cristo.
QUO VADIS?”, ou devo perguntar antes, “COM QUEM JULGAS QUE VAIS?”.
Alexandre Reis
Para algum esclarecimento contactar através do e-mail: blog.terradosreis@gmail.com

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