DILEMAS EXISTENCIAIS

O ser humano vive constantemente com as mesmas perguntas e as mesmas dúvidas existenciais: -Donde venho ? -Quem sou e o que ando aqui a fazer ? -Para onde vou ? Mais cedo ou mais tarde, todos nos damos a pensar no assunto. A velha humanidade com muitos anos de existência ainda não se encontrou completamente. Os filósofos têm dedicado muita atenção a este tema. Ao longo dos tempos as teorias têm-se modificado consoante a situações em que vão vivendo os teóricos. Os iluministas do século XVIII partiram do pressuposto que o ser humano é puro e que a sociedade é que o corrompe, como tal o objectivo é atingir a sociedade perfeita, em que finalmente todos seriam felizes. Voltaire, Jean-Jacques Rousseau e outros começaram a teorizar sobre a a própria igualdade e desigualdade entre a humanidade e a própria constituição e hierarquização social. As doutrinas sociais da actualidade ainda são influenciadas por “O Contrato Social” de Rousseau. O pensamento ocidental foi muito influenciado pela teorização de Augusto Comte que dividiu os tempos na lei dos três estados. O espírito humano e as ciências como um todo que se desenvolve através de três idades distintas: a teológica, a metafísica e a positiva. -Estado teológico, em que tudo é religioso e mesmo dentro desta idade havia a evolução do fetichismo para o politeísmo e por fim o monoteísmo. -Estado metafísico, a religião torna-se abstracta e mais elaborada. O homem já não é religioso, mas ainda acredita num deus. -Estado Positivo, a ciência vai finalmente libertar o homem da religião. A doença, fome e a morte seriam vencidas pela ciência. Este pensamento ainda hoje prevalece em muitos e tem sido a fonte de inspiração dos modernistas e humanistas. Centram no homem toda a capacidade de atingir a felicidade. Mas tudo continua na mesma, à nossa volta continuamos com o mesmo ciclo: Nascimento, crescimento e por fim o desaparecimento. Nem a religiosidade, nem o humanismo científico, nem o racionalismo ultrapassaram estas barreiras. Há quem continue desesperadamente à procura do elo perdido da evolução. Muitos cientistas em vez de procurarem os mistérios da ciência, tentam atrapalhadamente usar falsamente a ciência para conceptualizar teorias que julgam afastar a humanidade do seu propósito. A sociedade que se diz evoluída ainda continua com os mesmos dilemas existenciais. Com as promessas não cumpridas das filosofias anteriores, começa-se a voltar às antigas crendices, com novas roupagens mas os mesmos objectivos. A esta época que já se intitula de pós-modernismo que se quer caracterizar pela diversidade religiosa/metafisica e pela aceitação de tudo, tem por objectivo a inclusão de todas as culturas, sistemas políticos e nações como mercados consumidores. É a filosofia da globalização através dos sistemas de informação, cujo objectivo final é o sincretismo mundial, englobar tudo em todos. Assim mais uma vez se pretende atingir a felicidade. Os interesses sobrepõem-se à moral ou à ética, sejam quais forem os conceitos. O consumismo tornou cegas a pessoas. O bem material é superior à sua origem ou à sua produção. Não interessa se existe exploração ou degradação humana nas fontes, o importante é a satisfação de quem consome. Esta é a situação da actualidade que se considera sem futuro, em que o presente é que conta. O prazer é a felicidade. No entanto continuam sem respostas as mesmas dúvidas existenciais. Da génese até hoje, a humanidade na generalidade, tem virado as costas às respostas. As teorias andam sempre próximas, pois a criação exala sempre o perfume do criador, mas a essência não é o mesmo que o perfume. Deus não se integra em teorias, postulados ou qualquer outra coisa, a sua natureza não pode ser compreendida. Não precisa de ser demonstrado ou provado. Deus tem-se manifestado consecutivamente à sua criação e esta não o conhece. A sua infinidade é incompatível com as nossas limitações. O que temos são manifestações da eternidade no nosso limitado processo temporal. Deus manifestou-se na forma humana através de Jesus Cristo, “Veio para o que era seu e os seus não o receberam”*. Totalmente humano e totalmente Deus, foi a visibilidade divina. Ele modificou a forma como atingiremos a nossa humanidade e o acesso a Ele próprio. O caminho está definido, com ele vem também o acesso ao conhecimento. Desvendar a ciência é diferente de evoluir. O conhecimento actual tenta remediar o que o passado destruiu. O presente continua a não quer alterar o processo de auto-destruição. A ciência não dá respostas nem soluções definitivas. As ciências sociais só poderão ser eficazes se finalmente integrarem os princípios do criador. Estes princípios são válidos quer para a sociedade como um colectivo, quer para o individual. Todo o planeta só poderá ter estabilidade quando a humanidade se interligar com o criador e deixar o seu próprio entendimento e compreender que viver é mais que sobreviver. As pessoas só atingirão a plenitude humana quando se encherem do Espírito de Deus. Deus, no seu mistério trinitário é a revelação inicial e a final para o universo e o evangelho a única esperança para a criação. *Evangelho de João Capítulo 1, Versículo 11.
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