A CONCEPTUALIZAÇÃO DE DEUS

 A realidade tal como a julgamos conhecer é expressa de diferentes formas e não é uma unidade a sua definição. Até se pode chegar ao extremo de se dizer que a realidade não existe e só está na cabeça de cada um. A conceptualização do que achamos que conhecemos foi a forma escolhida para se poder exprimir a realidade ou o que pensamos ser.

Vida, morte, existência, felicidade, realidade, ciência, religião são premissas cujas definições são postulados expressos conceptualmente.

A vida em si mesma é um conceito.

A vida é sustentável porque aquilo que consideramos que é a realidade é conceptual.

A morte em si mesma é um conceito.

A morte do ponto de vista dos sentidos, da filosofia, da religião e da ciência só é explicada conceptualmente.

A razão da existência é um desconhecimento que para acalmar a necessidade que os humanos têm de se conhecer também teve de se teorizar.

A noção de tempo em si mesmo é também um conceito.

A noção de felicidade e o que é ser feliz são conceitos.

Existimos e a existência é um conceito.

Somos humanos e o que é ser humano é um conceito.

A noção do que é ser belo e a beleza em si são conceitos.

O universo em si mesmo também é um conceito.

É impossível ter uma visão do universo apenas com o conhecimento. Os sentidos presentem a finitude deste planeta e ficam assoberbados com a visão imensa do exterior do planeta.

Com a muita tecnologia que existe e com o conhecimento adquirido, o universo e suas leis ainda são redigidos na conceptualização e com tentativas de explicação através de teorias.

A questão da criação é também solucionada através de conceitos, seja na forma de supervisores ou de teorias.

A vida e o universo têm mais perguntas que respostas.

Somos apenas um corpo com uma existência efémera ou o corpo é que é de curta duração e somos algo mais.

Embora a grandeza de Deus e do universo se possam confundir, não são a mesma coisa.

Deus não é um conceito mas apresenta-se com tal.

Nós humanos somos uma realidade assim como Deus é uma realidade.

Deus apresentou-se a Moisés como um conceito, apresentou-se como o “Eu Sou”.

Deus quis a humanidade tivesse Dele apenas vislumbres, por isso embora não sendo apresentou-se como um conceito.

Deus não quis no passado nem no presente que tivéssemos Dele uma visão limitada, mas é impossível ter uma visão completa de Deus apenas pelos sentidos ou pela razão.

Através da Bíblia, Deus mostra-se na sua plenitude, mas a compreensão está para além da razão.

A Bíblia é um livro de princípios e não de regras e muitos dos princípios estão expostos em forma conceptual.

Em textos anteriores já referi a incongruência de muitos que se dizem cristãos. A sua vida não é compatível com os valores que dizem que são os seus. O enraizamento nas suas vidas da finitude

hedonista leva a tornar a fé cristã na sua vida apenas como mais um fator de desestabilização psicológico e até de descredibilização da verdade do cristianismo em si.

A simplicidade da vida nada tem a ver com a multiplicidade de fatores que lhe acrescentam.

Conceitos tais como a felicidade, a motivação, a importância individual, o fazer a diferença, as crenças, a valorização social, são valores conceptuais que servem unicamente para dissimular a verdade da existência e impor manipulações sobre pessoas e sociedades. Tudo isto pode ser em contexto de sociedade generalizado, ou contexto religioso, ou contexto cultural, desportivo, literário ou outros.

A Bíblia não é um livro de história ou de estórias, embora contenha ambas não devem fazer parte do roteiro cultural. Também não é um livro de regras, embora contenha algumas de devem ser devidamente contextualizadas e interpretadas no seu princípio intrínseco e só depois avaliadas a sua aplicação em cada contexto temporal e social.

A Bíblia é na realidade um conjunto de textos escritos pelos mais diversos tipos de pessoas, em diversas épocas e contextos sociais, que no seu conjunto é nem mais nem menos a revelação de Deus ao Mundo. Tudo o que precisamos de conhecer de Deus está revelado em cada linha, em cada palavra, por isso a conceptualização da informação foi a forma escolhida para que algo tão pequeno possa conter a incomensurável realidade de Deus.

Se ninguém consegue definir o que é Vida ou a Existência, muito menos se consegue discernir Vida Eterna, pois nem conceptualmente se consegue vislumbrar qualquer comparação com a realidade em que vivemos.

A conceptualidade com que Deus se apresenta tolda a mente dos incrédulos e baralha a dos religiosos.

A complexidade da Trindade, um Deus único que se manifesta em três formas diferentes é mais uma forma que só se consegue exprimir através de uma visão conceptual.

A complexidade conceptual com que Deus se apresenta, por vezes é tão abstrata que Jesus nos seus ensinamentos utilizava parábolas e estórias com aplicação prática para ser mais fácil entender.

A escrita foi uma das formas como Deus optou para se apresentar. Mesmo assim quem opta por viver apenas com o que vê, além de ter uma existência pobre em qualidade global não consegue encontrar Deus na forma escrita através da Bíblia mesmo que procure.

A Bíblia não tem segredos, não tem códigos escondidos nem mensagens subliminares. A exegese da Bíblia não é muito diferente da dos outros textos, é preciso ter em conta quem escreveu o quê, a realidade social da altura, entre muitos outros fatores, no entanto o primeiro de todos é que muitas vezes as traduções não ajudam às interpretações.

Mas a Bíblia será sempre a revelação de Deus para todos aqueles que o querem buscar com uma atitude libertadora e altruísta.

Não se consegue definir Deus porque a incomensurável existência de Deus é impossível ser contida em linguagem da finitude da mente humana.

A fé é a única maneira de se alcançar a Deus e é o caminho da libertação pessoal, do finito, do mundano e do enraizamento para o crescimento do ser altruísta que é a razão da nossa existência.

Sendo Jesus Cristo o Caminho, a Verdade e a Vida, toda esta realidade concentrada numa só pessoa só pode vivida se compreendermos os conceitos incluídos e os aplicarmos à vida.

A conceptualização dos fundamentos da vida foi o meio que Deus escolheu para que a fé fosse um ato libertador, mas terá de ser consciente e pessoal.

A fé não pode ser imposta, senão não cumpriria o ato supremo da livre escolha.


Alexandre Reis

Para algum esclarecimento contactar através do mail: blog.terradosreis@gmail.com

ORIGENS E FÉ

Cada época tem os seus temas de discussão preferidos, baseados nos conhecimentos e nos interesses da altura. Na atualidade não somos diferentes.
Na época atual um tema muito popular de alguns anos para cá é a questão das origens.

Este tema que aparentemente parece inócuo é muito mais do que meras discussões cientificas ou debates em tertúlias ou cafés. A questão das origens inconscientemente molda a natureza humana e a perceção que se tem de toda a complexidade que rodeia cada pessoa.

As origens podem ser teorizadas, mas o certo é que já cá estamos, já existimos embora se possa divergir conceptualmente sobre como cá chegámos. Todas as teorias têm em comum o presente. Já em relação ao destino não há nada em comum, pois ainda não se chegou lá.
De onde vem a humanidade e para onde vai, origem e destino, são as convicções da incerteza, num universo onde as teorias são certezas absolutas e as discussões não acrescentam nada à rotina diária, mas inconscientemente moldam a atitude perante a vida e naturalmente como se vive a mesma.

A maneira de viver expressa aquilo que se acredita e o que se acredita é expresso através da fé, ou seja, a expressão externa da fé é o modus vivendi.

O conceito de origem do mundo e consequentemente da vida, não molda a globalidade do conceito do que é viver e do que é felicidade, pois no presente, a vida e a felicidade não têm apenas a marca dos inícios mas também é moldada pela sombra de um destino desconhecido.

O conceito do que é o universo ou a vida é algo intrínseco. Uns acham-se muito instruídos sobre o assunto, outros nem sabem que têm uma opinião acerca do tema.
Cada ser humano tem uma noção do que é o universo ou a vida. Pode não saber exprimir ou até verbalizar o conceito, mas no íntimo todos acreditam em alguma coisa.

No que concerne às origens, num extremo temos o conceito de eternidade, em que não há principio nem fim, em que a vida foi é e será sempre existente nas suas mais diversas formas físicas e espirituais.
No outro extremo, bem mais recente, temos o conceito de energia em que a origem está numa concentração energética que explodindo provocou a expansão e o aparecimento da vida e de tudo o que existe e que num futuro longínquo implodirá, convergindo tudo à origem energética.

O dilema existencial pessoal é influenciado pela mundividência da origem e do destino, marcando o presente que é vivido entre o que vê e o que sente. A expressão emocional da existência determina a maneira de viver e de considerar a vida.

A mundividência pessoal pode variar ao longo da vida, seja por influência social, busca espiritual, perceção de estudo académico, ou qualquer outra influência.

A mundividência ou cosmovisão pessoal forma a fé. Aquilo que se acredita é a prática diária da fé.

A fé não é um exclusivo das religiões, a fé é o que se acredita, seja consciente ou inconscientemente.

A cosmovisão pessoal inconscientemente forma o nosso ser e é expressa através da prática diária. O nosso dia a dia, a maneira livre da nossa vivência diária expressa aquilo que verdadeiramente acreditamos. A maneira como se gasta o dinheiro, a maneira como se gasta o tempo, a maneira como se valoriza os bens materiais, a maneira como se valoriza os bens sociais, a maneira que se lida com a dor ou com o infortúnio, o interesse nos relacionamentos interpessoais são expressões externas da mundovisão pessoal, quer seja consciente ou sem a perceção do que se está a fazer.

Somos aquilo que vivemos e não aquilo que dizemos ser ou que acreditamos que somos.

Ser qualquer coisa implica ter-se a cosmovisão dessa crença, seja ela política, filosófica, cientifica, religiosa, desportiva ou qualquer outra. Como cada coisa tem a sua cosmovisão chegando-se ao limite de se querer ser mais de alguma coisa e cada uma delas com diferentes visões da interpretação daquilo que nos rodeia. A filosofia de vida ocidental da atual época aceita esta contradição de se ser duas coisas diferentes e por vezes até contraditórias e não considera isso um problema.
A vida com plurivisões da realidade faz parte da aceitação social. Pode-se defender e acreditar numa coisa e no seu contrário ao mesmo tempo e isso não choca nem entra em conflito com a sociedade.
As consequências deste estilo de vida de algumas sociedades está a causar problemas sociais pessoais devido à falta de referências necessárias para a estabilidade emocional das populações.

A questão é que esta invasão sub-repticiamente está a entrar nas comunidades ditas cristãs e a alterar comportamentos e a sincretizar os ensinamentos bíblicos para os adaptar à agenda e aos interesses dos manipuladores e dos oportunistas para tirarem proveitos pessoais ou para introduzir práticas anti-bíblicas mas com uma roupagem agradável para ser aceite pelo seu público.
O mais caricato é que esta prática não é nova, no Novo Testamento algumas das epístolas são precisamente sobre as falsas doutrinas que se iam propagando dentro de algumas comunidades cristãs.

A vida diária reflete a fé, não se é um “bom cristão” ao domingo ou nas reuniões da igreja e um cidadão comum o resto do tempo. Muitas comunidades cristãs criaram os cristãos camaleões, onde o estilo vida varia consoante o grupo em que se está presente, adaptando-se assim à filosofia de vida de ser tudo consoante os interesses.

É incompatível um estilo de vida baseado numa cosmovisão limitada temporalmente e a cosmovisão cristã baseada na intemporalidade.

Fazer uma vida baseada em princípios de se ser “feliz”
de se sentir “realizado”
de se ser “reconhecido”
do “meu espaço”
do “meu sucesso”
é entrar numa espiral de egoísmo e da busca autosatisfação.

A demanda da felicidade pessoal é a pedra filosofal de alguma sociedade contemporânea, por isso a imagem de marca é a insatisfação constante, com todos os problemas psicológicos e existenciais que isso acarreta.

A sociedade foi formatada a procurar e não a usufruir, sendo incapaz a viver com o objetivo se o alcançar. Se a insatisfação é salutar na busca do conhecimento, causa problemas noutras áreas onde a estabilidade deveria ser a regra.

A demanda da felicidade, do sucesso, da procura dos bens materiais não é compatível com com a fé cristã. A vida cristã baseia-se no viver com, e não, no viver para.
Vive-se com o dinheiro e não para o dinheiro, vive-se com a a sociedade e não para o estatuto social., vive com as coisas e não para as mesmas.
O conceito de felicidade cristã nada tem a ver com o que a sociedade mundana tem para oferecer, embora algumas comunidades cristãs já tenham sincretizado essa filosofia de vida.

É uma pura perda de tempo e um ato hipócrita os cristãos quererem impor a sua fé e a vivência da sua fé a outros.
Em primeiro lugar porque a vivência da fé cristã tem nuances aplicáveis à vida diária que somente pela fé se consegue pôr em prática.
Em segundo lugar, muitos que se dizem cristãos a sua vida e o seu estilo de vida não se encaixam nos pressupostos da fé que dizem processar.
Em terceiro lugar a fé cristã é algo de livre escolha e não pode ser imposta.

Fé é a capacidade de se viver aquilo que se verbaliza e não é preciso muito para se aperceber as contradições de quem faz da religião um jogo mental para auto-satisfação e aprovação social

Fé é a competência para desempenhar idoneamente a vida cristã.

Jesus Cristo, além dos ensinamentos trouxe a mensagem que a vida é a expressão do que se acredita. A vida e obra de Jesus Cristo, que é a expressão viva de Deus, mostrou que a fé e a vida têm de se relacionar harmoniosamente, assim como a fé deve ser expressa em obras a vida deve refletir o fruto do espírito.

Assim como o coração de uma pessoa saudável fisicamente bate naturalmente, a fé é a capacidade de levar a vida a produzir o fruto do espírito com a mesma naturalidade que o coração faz o sangue circular no corpo.

A questão das origens estrutura a mente para o que se acredita, Jesus Cristo com a sua vida e os seus ensinamentos mostrou-nos que com a mente disponível para a infinitude do universo criado por Deus altera completamente a vida de quem nasceu física e intelectualmente limitado pela finitude deste mundo. Essa alteração passa pela reestruturação mental do conceito das origens da finitude do princípio e fim num ciclo único de vida, para o conceito de criação e de eternidade onde se conjuga o equilíbrio e a beleza de um universo infinito.

O princípio da infinitude de Deus liberta da procura insaciável por algo inatingível de quem vive com a mente e vida formatada para uma existência limitada por um conceito de origem finita que oprime a natureza eterna da existência.
O princípio da infinitude de Deus, que Jesus Cristo trouxe, liberta da demanda da auto-felicidade e abre a vida para usufruto da própria felicidade.


Alexandre Reis
Para algum esclarecimento contactar através do mail: blog.terradosreis@gmail.com

CRIANÇAS DE PLENO DIREITO

Quando Deus nos criou, planeou estágios de desenvolvimento.
De duas células a sénior vai muito tempo e muitas mudanças. Cada fase da vida tem a sua especificidade e cada período características próprias nos planos físico, mental e até espiritual.
Fomos criados assim e desde que há registos não existem alterações.
Se nos adultos na questão do livre arbítrio pode-se dissertar sobre a genuinidade ou a influência externa das decisões, nas crianças é muito mais complicado. O seu estágio de desenvolvimento ainda não está completo. Em algumas áreas podem parecer mais avançadas, no entanto no global ainda continuam em crescimento.
A criança necessita de proteção e por vezes a sua obediência é cega, só para agradar a quem a educa. As crianças não estão preparadas para a rejeição e fazem tudo para se enquadrar em algum grupo. Se com os adultos também é assim, com crianças é bem mais explícito.

Já em texto anterior, que intitulei de ESPERANÇA, foquei-me exclusivamente sobre o assunto da maniatação de crianças. Volto ao assunto pois é grave a situação das crianças dentro das comunidades que se dizem cristãs.
As comunidades cristãs ao fazerem a harmonização dos conceitos cristãos de vida com a oferta mundana, transformaram as crianças em um peso que se tem de aturar para não se ficar mal socialmente e perderam toda a sabedoria para lidar com o assunto. Ao introduzir os princípios do príncipe deste mundo nas igrejas, as crianças passaram a ser um manancial à disposição da maldade humana, mas com uma roupagem religiosa e aparentemente piedosa. As crianças são vítimas do despotismo dos adultos obrigando-as a serem aquilo que elas não são. Além dos abusos físicos são essencialmente perseguidas com a obrigação de se comportarem como adultos e de se integrarem num mundo de conceitos e regras estritamente religiosas e opressoras.
A criação de regras produz juízo e é coisa que Jesus nos preveniu. Se fizermos juízos, com as mesmas medidas seremos julgados.

Durante o crescimento algumas crianças são precoces em algumas áreas. Já vi crianças de 12 anos com a altura definitiva, já vi crianças de 3 anos perfeitamente desenvolvidas na fala. Não são aberrações nem super dotadas, são casos normais em que parte do seu desenvolvimento avança primeiro que outras. Se um rapaz adolescente tiver barba, não que dizer que já é um adulto, também não quer dizer que uma criança que tenha um crescimento psicológico prematuro seja um adulto. Só porque em algumas raparigas por volta dos 10 anos, o seu corpo já está pronto para a maternidade, não significa que o devam ser, nem que se casem por isso. Repito, embora em algumas áreas, algumas crianças possam parecer mais avançadas, no entanto no global ainda continuam em crescimento. Não se deve tomar a parte pelo todo.

As crianças por uma questão de segurança tomam decisões que no mínimo podem ser consideradas polémicas, mas o mundo e a realidade delas é diferente dos adultos. A maneira como Deus encara esta fragilidade é diferente, pois Deus sabe perfeitamente como nos criou e as limitações de cada fase. O medo e a insegurança fazem parte do universo infanto-juvenil, fazem parte do crescimento planeado por Deus.
A criança precisa de amor, compreensão, proteção e também de correção e orientação, mas em amor e de acordo com a idade. A criança precisa de educação e não de agressão.

Poucas crianças conseguem libertar-se do jugo opressor das regras religiosas e das manias dos adultos, essas crianças muitas vezes são consideradas problemáticas no contexto religioso.
Nas igrejas que batizam crianças é triste ver as outras, que não são batizadas, serem tratadas como cães. Ficam separadas do resto do corpo, enquanto os espirituais celebram a sua pureza religiosa e os indignos são separados. A Bíblia compara a igreja a um corpo.Imaginem-se a ir para algum lado e deixarem alguma parte do vosso corpo em casa. Mas a igreja como corpo, mutila as crianças membros para poder ser perfeita. A igreja não é perfeita, pois nenhum dos seus membros é perfeito, e só somos salvos pela fé, pela graça de Deus e pela misericórdia de Deus que se renova todos os dias.

A criança é um ser indefeso, precisa de quem cuide dela e os adultos religiosos criam regras para as subjugar dizendo que é educação e vontade divina.

As igrejas estão cheias de regras e uma das regras em muitas igrejas é que quem não é batizado não participa na celebração da morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo ou Ceia do Senhor.
A celebração da ceia é um mandamento, as normas para a sua participação são regras dos Homens.
A dogmatização das regras dos Homens tem como o objetivo manipular e controlar, não só os adultos mas principalmente as crianças que são as mais frágeis.

Criança não é um adulto em ponto pequeno, criança é criança.
Exigir de uma criança tomada de decisões tal como a um adulto e ser julgada como tal é uma atitude de negação de que Deus é um criador perfeito, é querer retirar à criação as limitações de desenvolvimento programadas por Deus.

A questão das crianças e como são tratadas é uma questão importante para Deus, não apenas dentro das igrejas mas em toda a sociedade. A maneira como as crianças por vezes são tratadas nas igrejas é tão como grave como a atual sociedade da felicidade e prazer as tratam.

A sociedade atual e até algumas religiões encaram as crianças e os adolescentes como parte de um plano hedonista.
Dissimuladamente a sociedade está a usar a criança e os adolescentes como usuários de uma sociedade de consumo por um lado, por outro lado tirando-lhes o direito de ser crianças e adolescentes. São vítimas de predadores que as usam como força de trabalho e até são encaradas como podendo ser usadas como brinquedos sexuais. A sociedade está a permitir que a pedofilia se torne numa facetas de um hedonismo mórbido. Os pedófilos utilizam as mais diversas técnicas e encontram-se em todos os extratos sociais e têm um apetite voraz pelas áreas onde podem livremente ter contactos com crianças e adolescentes, sendo a área do ensino uma das preferenciais e as redes sociais outro manancial de aliciamento.
As forças que influenciam a sociedade manipulam e tentam controlá-la para as seus interesses, mas a causa das crianças está entregue a ninguém e os responsáveis pela justiça fecham os olhos.

Este mundo afastado de Deus, entregue a si mesmo e controlado pelas forças da ingratidão não protege os mais fracos e ainda se servem deles para a sua maldade.

As crianças são maltratadas pela sociedade e como os que se dizem cristãos estão a integrar na sua religião as filosofias mundanas para deturpar o que está escrito para que nas mais diversas áreas não cumprirem a ordenança divina de proteção aos mais débeis e aos desprotegidos.

As regras religiosas dogmáticas pressionam o livre arbítrio nos adultos, mas trucidam as crianças.
Os fazedores de opinião da atualidade estão empenhados numa sociedade sexualizada e as crianças fazem parte do seu prazer.

As crianças e os adolescentes estão num estágio de vida física e psicológica sem maturidade e a sociedade e inclusivamente as religiões devem respeitar a sua puerilidade e esperar pelo seu desenvolvimento.
As crianças são crianças, não são adultos em ponto pequeno.
Mesmo sendo crianças elas não são o futuro da igreja, são o presente e têm os mesmos direitos de qualquer outro membro. Os membros não são todos iguais e a igreja tem de se adaptar a variedade e as crianças são parte dessa variedade.
As crianças devem ser respeitadas e honradas, não endeusadas.
As crianças são membros de pleno direito da família de Deus.

A verdadeira religião é proteger os mais fracos e guardar-se da corrupção do mundo (Tg 1:27) e estes deviam ser pilares dos que se dizem cristãos.

Se és ou foste vítima de abusos deixa dizer que Deus está atento à tua situação e que os abusadores não ficarão impunes, mas a justiça é Dele e no seu tempo.
Lembra-te que Jesus Cristo, o Justo, foi crucificado sem culpa e carregou sobre si toda a maldade.
O seu Espírito, o Consolador está neste mundo também com a missão de trazer paz e justiça aos fracos que foram maltratados.

Nota:
A igreja local deve reconhecer quem são os seus membros, sejam crianças ou adultos e funcionar como um corpo, pois além de ser o corpo de Cristo, também são a Sua família. A igreja local não deve forçar as crianças que são membros a tomar decisões de adultos, mas sendo parte do corpo devem ser integradas nas celebrações do corpo, até terem idade suficiente, para que as suas decisões sejam consideradas como pessoais e os seus desejos sejam considerados maduros e conscientes. Não estou a dizer que sejam perfeitas e que seja garantia de no futuro serem cristãos perfeitos.
Algumas celebrações são transformadas em festas e são universais outras devem ser celebradas em família com todos os seus membros, embora possa haver visitas, algumas fazendo parte de outros ramos da família e outras não. Para os que não fazem parte da família deve-se ter muita prudência para não se sentirem rejeitados em não participarem.
Alexandre Reis
Para algum esclarecimento contactar através do mail: blog.terradosreis@gmail.com

PÁSCOA, EXPOENTE DO PERDÃO

A Páscoa tem de base um único princípio, a liberdade.
A primeira Páscoa, também conhecida como Páscoa judaica, tem origem na libertação milagrosa do povo judaico, depois de 400 anos como escravos no Egito. Este acontecimento está descrito na Bíblia no livro de Êxodo.
Muitos povos já lutaram pela sua liberdade, mas neste caso, um povo escravo, sem armas e sem exército foi libertado pelo poder sobrenatural de Deus contra uma das mais poderosas nações da altura.
Se a Páscoa judaica significa liberdade através de Deus, Jesus Cristo trouxe novos princípios à Páscoa.
A Páscoa cristã, não é a celebração de um acontecimento passado, é um ato contínuo de liberdade que traz as pessoas da escravatura e do engano para a liberdade e verdade, tudo proporcionado pela morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Uma parte importante da libertação dos escravos judeus foram as dez pragas, mas a marcação das portas com o sangue de cordeiro para evitar a visita do anjo da morte na última praga, foi o prenúncio da obra sacrificial e substitutiva de Jesus Cristo na cruz do Calvário.
Este ato substitutivo de Jesus Cristo trouxe a toda a humanidade aquilo que se chama de salvação, ou reencontro com Deus, ou o encontrar o equilíbrio e é tema sobre o qual já escrevi.
Segundo o conceito do Velho Testamento, a paz com Deus só era efetuada através de oferendas de cereais ou de animais. Uma parte seria para queimar em oferta ao Senhor, a outra seria para a alimentação dos sacerdotes. Dos animais, geralmente cordeiros, a gordura era para queimar, a carne para a alimentação.
Este ritual foi imposto por Deus para que o seu povo não tivesse os mesmos hábitos de sacrifícios de pessoas e crianças aos deuses dos povos. Na Europa a morte de crianças em rituais religiosos sacrificiais só terminou com a propagação do cristianismo, que zela pela vida física, psicológica e espiritual.
Jesus Cristo, Deus, ofereceu-se para substituir definitivamente as ofertas pelos pecados e pagou na cruz do Calvário a derradeira sentença, por isso é chamado o Cordeiro de Deus. Assim, em Jesus Cristo, terminaram as oferendas e todos aqueles que quiserem, podem-se incluir nesta maravilhosa aventura de graça e libertação oferecida pelo próprio Deus, para que se tenha vida.
Através da morte e ressurreição de Jesus Cristo ganha-se liberdade e vida, mas a aumenta a responsabilidade. Com Jesus Cristo alterou-se o modo de pagamento, cada humano já não precisa de pagar, já foi tudo pago, que tem como consequência a não intervenção com atos materiais e/ou cerimoniais, pois o perdão passou a ser uma atitude recetiva e não participativa.
Com esta Nova Aliança, assinada por Jesus Cristo em nome de todos, os humanos entram na fase adulta. Com Adão e Eva foi a perda da ingenuidade, com a libertação do Egito e posterior legislação levítica foi a juventude, foi a fase em que o pecado tinha um custo, tal como uma punição que poderia ser substituída por um pagamento, com a Nova Aliança o preço foi pago definitivamente e a punição foi cumprida. Assim aumenta a responsabilidade, pois a salvação vem pela fé e é uma opção. A Nova Aliança com Deus em Jesus Cristo é uma atitude que tem de dar fruto.
Ao selar na cruz a Nova Aliança, Jesus Cristo colocou a ênfase da vida em dois princípios, o perdão e a assunção das responsabilidades em nome dos outros.
Perdoar é em primeiro lugar uma atitude recetiva. Não se pode dar o que não se tem. Só se pode praticar o perdão se já se recebeu o perdão da cruz. Somos canais de bênção e não acumuladores, somos rios e não barragens. A mensagem da cruz é esvaziada quando não se põe em prática, pois o sacrifício na cruz efetuado por Deus foi um tremendo ato de amor ao perdoar todos os que querem ser perdoados. O perdão é para todos, mas tem uma condição, só se torna efetivo para aqueles que o aceitarem e os que o aceitam tornam-se fontes de perdão. Perdoar é um ato de fé, é uma expressão de confiança. Não se perdoa para se receber algo em troca, perdoa-se e pronto. Um ato de perdão genuíno produz libertação das raízes de amargura e com todas as consequências positivas no plano espiritual, noplano psíquico e até no físico. O perdão produz o equilíbrio na totalidade do ser.
O perdão é de tal maneira importante que as falsas doutrinas utilizam-no para manipular as pessoas de boa vontade. Utilizando a paráfrase de um poeta, pode-se dizer que os maus são uns fingidores que fingem completamente o perdão, que não dão, mas que exigem dos outros.
Em Mateus capítulo 10, Jesus envia os discípulos em missão. Entre as ordenanças e conselhos, Jesus instruiu-os a serem prudentes e inofensivos, pois ia enviá-los para o meio de lobos. Este conselho continua a ser válido, pois os falsos tentam manipular o perdão.
O cônjuge que manipula o outro para puder fazer o que quer, mas que não tenciona alterar o seu comportamento.
O hipócrita que dá um ar de sério e exige perdão mas que não tenciona mudar.
O mentiroso que sabe o que está a fazer, mas exige perdão e não tenciona corrigir a mentira.
Os manipuladores que fazem tudo para obter o que pretendem.
Os apoiantes que muitas vezes sabem que estão errados, mas preferem continuar no erro e ainda exigem recompensa.
Tantos casos em que as vítimas para continuarem a ser destruídas psicologicamente, fisicamente e espiritualmente são manipuladas com o argumento do tens de perdoar.
É importante realçar que perdoar não é o mesmo que ser auto destrutivo. Perdoar não sendo uma alternativa, também não significa que se tenha de continuar a sofrer abusos. Por vezes a melhor solução é o afastamento, caso seja possível, pois sabe-se que quer os abusadores ou os seus apoiantes estão sempre prontos a enganar. A Igreja está repleta de falsos, pois é o sítio perfeito para os abusadores e seus apoiantes saciarem a sua maldade, seja na coscuvilhice, seja nas coisas simples do dia-a-dia, na destruição de famílias, nas falsas doutrinas, no aconselhamento ao adultério fingindo ser apoiado divinamente, na manipulação de sentimentos, na extorsão de bens e dinheiro e em tantas outras áreas.
Perdoar sem condições, sim, mas conviver ou viver com as origens, ou seja, com os agressores exige prudência e oração.
Jesus prometeu um consolador que ficaria connosco para sempre (Jo 14:16). O Espírito da verdade ajuda-nos em situações de desconforto, agressões ou perseguições, sejam dentro ou fora da igreja e nos momentos de solidão criados pelos agressores e manipuladores muitas vezes o Espírito Santo é a única ajuda.
Os exemplos do perdão devem vir de cima, e Deus não é exceção, Ele deu o exemplo. Deus deu tudo o que tinha para a reconciliação perdida no Éden. Jesus Cristo foi acima de tudo um prático, a sua vida correspondia com os seus ensinamentos. Perdoar foi a Seu ato final, e para isso foi crucificado
A Páscoa é a reconciliação definitiva com Deus, preparada e consumada por Aquele que foi ofendido, desconsiderado e ultrajado.
A crucificação foi o pagamento definitivo do pecado, que é o que nos separava de Deus.
O perdão não é uma ato emocional é uma ordenança que foi implementada na prática pelo próprio ordenador e não é uma alternativa, é uma consequência prática e real praticada por Deus e é o expoente máximo do amor.
O perdão não sendo um ato emocional é uma atitude definitiva, não é algo hoje, mas amanhã por qualquer motivo volta a agitar a alma.
O perdão real produz não apenas libertação de ambas as partes mas também produz cura, cura da alma com a libertação do peso da ofensa.
Mas a ênfase da Páscoa não foi apenas no perdão, foi também na assunção de responsabilidades em nome de outros.
Jesus Cristo assumiu uma dívida em incumprimento, dívida originária no Éden e que passava de geração em geração. Esta assunção de responsabilidade diante de Deus, em nome de toda a humanidade não foi uma atitude emocional, foi um ato deliberado e consciente.
O perdão deve ser uma prática de cada cristão, assim como o exemplo de Jesus Cristo de assumir a responsabilidade dos atos de outros, deve também fazer parte da prática cristã.
Hoje consideramos a morte e ressurreição de Jesus Cristo como uma vitória, que nos coloca por cabeça pelo conhecimento de Jesus Cristo, alterando assim a perceção do universo. Na altura não foi assim, a condenação foi considerada pelos senhores do templo como uma derrota para Jesus, pois pensavam que tinham derrotado e humilhado publicamente o seu adversário.
Não somos diferentes de Jesus Cristo, o facto de perdoarmos e de assumir culpas dos outros vai trazer humilhação, mas paradoxalmente a libertação que produz é incomensuravelmente superior aos danos. Eventualmente pode-se ficar mal visto e incompreendido pelos outros, mas a alma fica liberta da responsabilidade e do peso do pecado nem que seja o dos outros.
Deus desafia os seguidores de Jesus a serem seus imitadores. A morte substitutiva de Jesus Cristo vem colocar-nos um desafio:
Estaremos dispostos a assumir a culpa de algo que foi feito contra nós?
Vejamos, Jesus foi insultado, cuspido, chicoteado, humilhado e crucificado, estando inocente. Aceitou e fez tudo, para cumprir a sentença do nosso pecado contra Deus que também é Ele.
Como consequência de tudo isto, do sofrimento do inocente, hoje somos livres e essa liberdade produz efeitos mesmo quando somos incompreendidos e humilhados.
Vivemos num mundo onde impera a arrogância, a agressividade, a mentira, a malícia, o interesse do eu, a intolerância, a maldade, um mundo onde tudo isto é praticado e tolerado hipocritamente. Vivemos num mundo onde a Igreja está cheia de joio pronto a desviar os incautos.
É neste mundo e com pessoas que praticam tudo isto e até coisas piores que temos de viver.
Foi para libertar as pessoas desse mal interior que Jesus Cristo foi à cruz, como pagamento por toda a maldade, por toda a minha e por toda a tua maldade.
Ninguém é bom nem bonzinho, mas através do Espírito Deus seremos pessoas em renovação não apenas no caráter mas também renovados em coragem para perdoar e assumir a culpa de outros do mal feito contra nós.
A consequência prática do ato de reconhecer e aceitar a Jesus Cristo é a libertação da amargura da injustiça, pois assumimos a culpa da injustiça, do mal ou seja do que for e assim Deus já pode libertar esse mal e consequentemente deixará de ter efeito, poderemos então dizer que a alma foi curada. A vida é uma continuidade e os atos de perdão e assumir as culpas serão também uma constante.
Parece um paradoxo que a vítima assuma a culpa para ser libertada do mal que lhe fizeram, mas tudo isto é uma realidade num mundo real mas com consequências espirituais. Temos de compreender que qualquer que seja o pecado contra nós tem de ser liberado. Não chega o perdão mas tem de haver libertação e se o ofensor/agressor não tiver capacidade ou discernimento para tal, temos como cristãos de assumir perante Deus as responsabilidades para que o mal seja perdoado. Ao assumir a culpa tornamo-nos pecadores, mas sabemos que temos diante de Deus um advogado (1Jo 2:1) que intercede por nós, para que sejamos liberados. É a certeza da salvação e do perdão que nos permite tomar decisões que parecem loucura para os homens, mas que liberta os cristãos para plenitude da comunhão com Deus.
Uma das consequências práticas da não libertação do pecado é uma das mais populares doenças da atualidade, a depressão, não em todos os casos, mas em muitos têm a ver com raízes de amargura, de falta de perdão e de libertação da agressão de que se foi vítima.
A vida não é linear e nem tudo tem de se fazer da mesma maneira. O legalismo é inimigo da sabedoria. As regras são opressoras, os princípios libertadores. Se devemos ser praticantes do perdão e da libertação do pecado contra nós, também devemos ser sábios na aplicação do relacionamento futuro com os agressores, pois muitos deles não vão perceber absolutamente nada e vão continuar na deles e por vezes até piorar a situação, mas a nossa relação com Deus não pode ser prejudicada por causa de outros.

A Páscoa cristã não é uma festa anual de celebração, é uma atitude diária de vida, é a prática comum do perdão, é a prática diária da libertação do pecado contra nós em que passamos de vítimas a culpados e posteriormente a perdoados. É o maravilhoso e paradoxo mundo da fé em Jesus Cristo, com a intervenção direta do Espírito Santo e a graça misericordiosa de Deus.
Alexandre Reis
Para algum esclarecimento contactar através do mail: blog.terradosreis@gmail.com

OPÇÃO

O direito de escolha é algo extremamente importante para Deus.
A questão da opção é tão importante para Deus, que fomos equipados com duas características para estarmos preparados para lidarmos com a tomada de decisões. Ninguém pode tomar decisões se não estiver preparado para isso, por isso fomos criados inteligentes e livres.

Inteligência e liberdade são dois atributos essenciais para os humanos.

Como não se nasce cristão, tornamo-nos cristãos, mas, para tal, precisamos de ferramentas.
Aceitar a salvação, aceitar a obra salvítica de Jesus é muito mais que a manifestação de uma emoção proporcionada por algum orador motivacional integrado num ambiente dito cristão.
A decisão tem de ser ponderada e crescer ao longo do tempo.
Se a fé é a capacidade de olhar para o futuro como se fosse presente, a inteligência é a faculdade de compreender a capacidade conceptual e a racionalização do presente com a abrangência do que será o futuro.
A teoria das inteligências múltiplas veio desmistificar os tradicionais conceitos de inteligência baseados na palavra e na lógica matemática.
Fomos equipados com uma série de capacidades que no seu conjunto se pode chamar de inteligência, não significando que todos serão hábeis matemáticos ou habilidosos músicos ou extremosos cuidadores ou excelentes oradores, mas a diversidade múltipla de capacidades levam a uma variação de inteligências consoante a composição das várias dimensões do individuo.
O que Deus nos deu em comum, é que cada um terá no mínimo capacidade de analisar e tomar as decisões que irão influenciar a vida. Nenhuma decisão é inocente e todas têm consequências.
A(s) inteligência(s) é a ferramenta com a qual seremos confrontados na altura da tomada de decisões.
Ninguém poderá argumentar com o ter sido enganado ou qualquer outra desculpa. No Éden, Adão desculpou-se com Eva e Eva com a cobra. Adão e Eva quiseram inocentar-se por via da inocência em virtude de terem sido enganados. Não há desculpa para quem foi equipado com inteligência decisória para analisar, pensar e decidir, pode haver, se houver arrependimento. Deus não criou seguidistas. Seguidista é aquele género de pessoa que segue ou apoia ideias ou teorias ou alguma autoridade sem questionar ou fazer qualquer juízo crítico. É aquele género de pessoas que quando as coisas correm mal, a culpa é dos outros e que nada têm a ver com o assunto. Os inocentes por interesse estão a declarar-se fora da criação inteligente e com capacidade de decisão.
A inteligência decisória serve para a tomada de decisões conscientes e com conhecimento do que se faz.
A responsabilidade é companheira da inteligência decisória, porque sem inteligência não há possibilidade de escolher e ninguém ficará com Deus se não tomar a decisão de aceitar a reconciliação através de Jesus Cristo e se não for consciente do ato.
Os religiosos manipulam as emoções utilizando fé como seguidismo. Fé, nada tem de seguidismo assim como, emoções manipuladas pelos religiosos nada têm de fé.
Religião e estupidez são sinónimos e os religiosos não gostam de ser analisados e muito menos confrontados com o que está escrito, o que não corresponde àquilo que Deus quer. Na Bíblia no livro de Atos, capítulo 17 versículos 11 e 12 diz que os de Bereia foram mais nobres porque analisaram o que lhes diziam com o que estava escrito e que muitos creram pois o falado correspondia com o escrito.
Ser cristão não deve ser sinónimo de apagamento intelectual e de juízo crítico, mas também não é sinónimo de superioridade analítica nem de conflitos.
Se a inteligência decisória é parte integrante do plano de Deus para a salvação, todas as outras capacidades cognitivas devem ser usadas para a busca e compreensão conceptual da fé em sistema de respeito pela diferença.
No que respeita à fé, a inteligência é uma ferramenta interna, sendo a liberdade a ferramenta externa.
O ser humano foi criado num ambiente de liberdade, equipado com inteligência e com capacidades criativas.
Uma velha máxima diz que a nossa liberdade acaba quando começa a liberdade dos outros, ou seja, é o direito de se agir consoante nos pareça bem, mas também respeitar o mesmo direito aos outros independentemente da fé ou de opções espirituais .

As manipulações, as pressões sejam emocionais, físicas, sociais ou outras levam à distorção da realidade e da tomada de decisão, que, se for sem liberdade, sem consciência da verdade, sem altruísmo, sem generosidade, sem piedade e sem compaixão são decisões forçadas, externas, sem paixão, hipócritas e opressoras.

Liberdade é a capacidade de se poder determinar individualmente, em plena consciência e após reflexão.

Há vários conceitos associados à dicotomia inteligência e liberdade, tais como o livre arbítrio, a igualdade, a nobreza e a humildade. Estes conceitos fazem parte da liberdade atribuída ao ser humano para a uma escolha consciente.
A escolha final será o fecho do acumular de muitas experiências, com muitas escolhas, com muitas emoções e contradições à mistura, mas há situações em que se tem de parar e separar as águas e é aí que a inteligência decisória, que todos têm, terá o seu papel principal, que poderá ser a continuação ou a mudança.
Mudar ou continuar na mesma,
mordomos ou proprietários,
livres ou escravos,
fé ou vista,
eu livre ou eu dependente,
aceitar ou não aceitar,
fazer parte do universo ou ser mais um sem identidade,
ir pelo caminho da glória de Deus, que é Jesus, ou ficar resumido à auto insignificância.
Nas tuas mãos e na tua capacidade decisória está o teu destino.
Conscientemente, todos e cada um por si, decidiremos o destino.

Na devida altura será efetuada a sementeira, e à sementeira efetuada corresponderá a respetiva colheita.
Alexandre Reis
Para algum esclarecimento contactar através do mail: blog.terradosreis@gmail.com

JUÍZO FINAL OU TALVEZ NÃO

Juízo final ou dia do juízo ou fim do mundo são ideias que fazem parte de todas as culturas e
sub-culturas.
As culturas de cariz espiritual/religiosa têm os seus dogmas e muitos acreditam que o dia final virá. Mesmo as culturas que se dizem não religiosas vivem na permanente suspeição de que um dia ao planeta Terra poderá acontecer algum fenómeno catastrófico que o irá destruir ou destruir a vida.
De comum, têm a noção que a fragilidade do planeta pode conduzir a algo que poderá ter consequências para os habitantes. O que difere nas diversas culturas são as origens e os objetivos. Uns vivem apavorados com a ideia de um meteorito atingir o planeta, outros temem algum super vulcão. Houve quem já temesse uma guerra nuclear, outros temem um deus vingador que castigará os maus e recompensará os bons, etc.
Como cristão, sei que chegará o dia em todos iremos ser confrontados com as decisões que se tomaram ao longo da vida. Esse dia, não será apenas para os habitantes da altura mas para todos os humanos que passaram pelo planeta. Será o dia da prestação contas.
Não designei a situação por julgamento ou juízo, o termo utilizado foi de prestação de contas.
Todos nós estamos habitados a preencher questionários e pelas nossas respostas é atribuído o bem, ou o lugar, ou o serviço, ou o emprego ou qualquer outra coisa que estamos a tentar obter.
A nossa vida é uma constante tomada de decisões e o conjunto dessas decisões serão as respostas ao questionário das opções de vida.     

Em textos anteriores tenho explicado a questão da liberdade e livre escolha. A questão do juízo final não é mais nem menos do que ser colocado de acordo com as escolhas livres que foram sendo efetuadas ao longo da vida.

Os tempos conforme conhecemos tiveram um princípio e hão-de ter um fim. Quando será o fim não sabemos, temos pistas mas não o mapa. Para todos os que já cá não estão, a possibilidade de alterar a escolha já passou e no último dia dos atuais tempos seremos todos confrontados com as nossas escolhas.
Mas o que realmente irá acontecer?
Nesse dia serão todos separados em dois grupos. O grupo que escolheu viver sem Deus e o grupo que escolheu viver com Deus. Depois dentro do grupo que escolheu viver com Deus serão expulsos os falsos, ou seja, o joio e serão transferidos para o outro grupo.
Por sua vez, dentro de ambos os grupos haverá a atribuição conforme a obra de cada um.
Mas qual a diferença entre um lado e o outro?
Simples, os humanos são uma alma que tem um corpo e um espírito. Aquando da nossa morte o corpo ao pó regressa e o espírito irá para o criador, ficando apenas a alma.
Os que escolheram o caminho de ficarem com Deus ficarão na presença direta de Deus e terão um novo corpo, totalmente incorruptível.
Do lado dos que escolheram viver sem Deus ficarão só com a alma e irão passar toda a eternidade junto aos anjos que decidiram juntar-se a lúcifer na rebeldia contra Deus. Neste grupo terão em comum o não ter um corpo físico.
A alma tem vida própria, mas só é expressa através de um corpo.
Sem corpo, os que optaram viver na resistência à natureza e em oposição ao seu criador, viverão toda a eternidade sem a capacidade de satisfação de todas as necessidades emocionais, intelectuais e físicas.  É o lugar onde há expressão, mas não há satisfação.
Independentemente da questão religiosa ou outra, todos sabemos que um dia o corpo irá ser reduzido a pó. Este é o mistério que tem atormentado a existência humana deste sempre.
O corpo não se representa apenas a si mesmo é também a imagem de tudo o que é perecível, desde o material ao social. O corpo representa precisamente aquilo que qualquer um sabe que não é importante, mas que muitos de livre vontade escolhem ser o centro da vida, mesmo sabendo de antemão que nenhuma gratificação duradoura trará.

Viver para o corpo significa viver para o imediato.
É viver o agora sem pensar nas consequências no futuro.
É viver para a destruição do meio ambiente única e exclusivamente por causa do ter.
É viver para a individualidade, para a arrogância, para o desprezar os outros.
É criar regras que não se tenciona cumprir, é viver na hipocrisia, é condicionar a liberdade dos outros com manipulações religiosas, políticas, filosóficas, sociais e até cientificas.

Viver para o corpo é desejar vingança em vez de justiça.
Viver para o corpo é viver num desenfreado constante à procura de auto satisfação física.
Viver para ao corpo é querer ser independente de tudo, esquecendo que no planeta Terra tudo está interligado desde o formato do planeta, a sua posição no universo, os habitantes, o clima, a atmosfera. Tudo o que está no planeta tem uma interligação em que tudo está dependente de tudo, em que cada um tem uma importância especifica e que nada pode ser desprezado ou descuidado.
Viver para o corpo é viver sem denunciar o mal, é viver sem denunciar a exploração do ser humano, é viver sem denunciar os atentados à dignidade, venham eles de onde vierem.
Viver para o corpo é viver sem denunciar a opressão aos pobres e aos miseráveis, é viver sem denunciar a opressão política.
Viver para o corpo é levar o mundo à destruição da esperança.           

Foi dada inteligência, liberdade e livre escolha. A decisão é pessoal e na hora da análise estar-se-á solitário e não se poderá atirar as culpas para outros. Atirar as culpas para outros é negar a inteligência, é não saber usufruir da liberdade, é negar a livre escolha.

O corpo sem alma, não passa de um invólucro sem vida, mas a alma sem corpo é vida sem expressão. Por isso é que a Bíblia diz que aqueles que escolheram viver sem Deus serão reencaminhados para o lugar da sua escolha e que nesse sitio haverá choro constante. É o lugar onde há expressão, mas não há satisfação e sem satisfação não há alegria nem conforto.

Jesus prometeu que viria buscar todos aqueles que escolheram viver com Deus e que dará a cada um, um corpo novo e incorruptível, e que serão levados para viverem na providência constante de Deus.
Ir para este lugar não significa que se tenha de ser bom, fazer tudo correto ou fazer-se qualquer coisa para se obter o passaporte, basta única e exclusivamente, reconhecer o caminho preparado por Deus e que é Jesus Cristo.
Jesus Cristo não trouxe apenas uma mensagem simpática e uma filosofia de vida.
Jesus Cristo renovou o compromisso que Deus tem com a sua criação e mostrou mais uma vez o desejo de que todos se juntem a Ele.
Jesus Cristo renovou também a liberdade da livre escolha.
Jesus Cristo renovou a visão de que o lugar do ser humano é junto a Deus.
Jesus Cristo abriu o caminho para todos, mas só irão por Ele os que escolherem.  
Jesus Cristo mostrou o lugar e a importância que cada um tem no universo e na criação.
Jesus Cristo renovou a igualdade entre os humanos, mas recusou a unicidade.
Jesus Cristo trouxe a conciliação não apenas entre Deus e os humanos, mas também entre os humanos e a natureza.
Jesus Cristo abriu o caminho para a liberdade definitiva a um planeta aonde a opressão e a depressão são a norma.
A opção por uma eternidade de insatisfação, atormentado pela incapacidade de expressão física é a negação de toda a obra e fruto de Jesus Cristo. 
O Juízo Final já foi no passado, quando Jesus Cristo foi pendurado na cruz para pagar por todos nós.
A liberdade final foi quando Jesus Cristo ressuscitou e venceu a separação entre Deus e a humanidade.

O destino não está traçado previamente, pois seria um insulto à inteligência e à livre escolha.
O destino não está na sorte, nas estrelas, nas pedras, nas cartas, nas mãos, na estultícia de alguém ou em algum calendário.
O destino está nas escolhas e nenhuma decisão é inconsequente.

O momento do juízo final não será no futuro. O momento da escolha para a eternidade é o presente, é hoje que se decide qual o caminho e a vida que se quer.
   
Juízo Final? Não, apenas reencaminhar para as escolhas feitas.
Alexandre Reis
Para algum esclarecimento contactar através do mail: blog.terradosreis@gmail.com