OS DISFARCES DA MALDADE

O racismo, a xenofobia, a exploração, o egoísmo, as divisões, a escravatura, as desigualdades sociais, a indiferença, as pseudos superioridades, quer sejam morais, políticas, económicas, culturais, religiosas, desportivas ou outras são formas de expressão de uma violência inata. Ao ser humano foi-lhe dado o livre arbítrio e escolheu o caminho da sua própria independência. Território, religião, princípios políticos, diferenças raciais tudo serve para se começarem confrontos que nunca se sabe como vão acabar. O desconcertante é em casos extremos ver multidões a seguirem princípios dogmáticos da maldade de uns quantos. A guerra é sempre um absurdo, no entanto faz parte da cultura de todos os países. Não há nenhum país que não tenha um herói de guerra. Como nem todos podem ser heróis de guerra, vão-se inventando guerras em que se pode exponenciar o que de mais baixo tem o ser humano. O desporto que deveria ser uma forma de divertimento depressa se transformou em arenas de lutas com adeptos prontos a explodir violentamente. Busca de alimentos, matérias primas, energia, controle de território levam as pessoas a fazerem as maiores barbaridades, só para satisfazerem a maior parte das vezes o ego dos dirigentes. Temos também as guerras do nada, só para causar mal estar. Como exemplo temos os conflitos entre vizinhos, no local de trabalho, conflitos familiares e outros, sendo a maior parte das vezes provocadas por intolerância, só para gáudio de algum complexo de inferioridade. A maior parte dos conflitos são a continuidade do conflito no interior de cada um. A falta de respeito pelo outro é expressa nas mais diversas formas. As frustrações são libertadas para serem aparentemente acalmadas com a descarga da raiva sobre os outros. O mal faz parte da raça humana, qualquer pessoa tem a noção desta realidade. Os seres humanos são peritos no disfarce. Qualquer argumento é válido para causar sofrimento aos outros. A ética e a moral são bons disfarces para se criarem regras de maneira a se possível infligir castigos que provoquem dor. No passado algumas religiões utilizavam publicamente os sacrifícios em nome de uma necessidade qualquer, para poderem infligir sofrimento e morte. Na actualidade algumas seitas, ainda utilizam práticas assassinas. Como a opinião pública já não admite tais actos, há que disfarçar e contornar esta situação. Hoje há quem defenda publicamente o infanticídio em nome da perfeição. O argumento é que se o ser não for desejado pode-se eliminar. Se tiver defeito é melhor matar pois sempre se pode gerar um novo ser, com probabilidade de ser perfeito, e assim os progenitores e a sociedade não terão de lidar com as consequências negativas. Estas são as novas formas encapotadas de velhos hábitos pelo gosto do sacrifício e morte dos mais fracos. Estas loucuras estão a ser teorizadas e praticadas em nome de uma liberdade de escolha, mas as vítimas são aqueles que não têm voz e o seu rosto normalmente não é conhecido. Sabemos que a loucura colectiva é progressiva e induzida. Hoje são estas as vítimas, amanhã serão os deficientes que não cumprem os cânones da evolução, por fim serão os idosos, pois só servem para consumir os recursos e terão de dar lugar aos mais aptos. Será a sociedade do terror, onde todos viverão em depressão com medo de que aconteça alguma coisa e fiquem marginalizados pela sociedade que julga caminhar para a evolução da perfeição. Mesmo em nome daquele que deu o maior exemplo de humildade e mansidão, Jesus Cristo, foram cometidos enormes atrocidades, tanto no passado como no presente. Para os adeptos da barbárie a argumentação é ilimitada e todas as fontes são legítimas para poderem arregimentar adeptos para a sua sede de maldade. No meio de todas estas formas de sofrimento humano, tenho uma mensagem de esperança e de libertação. Já houve alguém que sofreu por todos nós, no entanto ainda continua desprezado e rejeitado. Foi um homem de sofrimentos e experimentado nas amarguras e provações. Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e os nossos sofrimentos. Foi ferido pelas nossas transgressões e esmagado pelas nossas culpas. Ele foi castigado para que pudéssemos ter paz. Ele deveria ter sido o últimos dos sofredores. Ele trouxe-nos uma mensagem de reconciliação com o criador, com a natureza e principalmente connosco próprios. Só podemos estar em paz com os outros quando estivermos estabilizados interiormente. Paz não é o contrário de guerra, é algo que parte do equilíbrio interior pessoal e também devia fazer parte do equilíbrio colectivo. Jesus Cristo fez a união, construiu pontes. Não construas barreiras, nem te deixes levar pelos desequilíbrios dos outros. Liberte-mo-nos dos pequenos disfarces, desfaça-mo-nos das máscaras e saibamos viver em plenitude com a diferença e aproveitemos a libertação do mal que já foi consumada através de um inocente, Jesus Cristo.
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Para algum esclarecimento contactar através do e-mail: blog.terradosreis@gmail.com

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